RESUMO DO TEXTO
CURRÍCULO PARA ALÉM DA MODERNIDADE
Por Jacy Carvalho do Nascimento
O texto de Maria Aparecida da Silva,
“Currículo Para Além da Modernidade”,
traz em sua introdução, um pouco da história do currículo, afirmando que
currículo é práxis, e que não é um objeto estático. Segundo a autora, a
história das concepções de currículo é marcada por decisões básicas, para
racionalizar de forma administrativa, a gestão do currículo.
Estudos sobre currículo nos últimos anos do século XX e início do século
XXI, discutem a posição pós-moderna e relatam que em sua origem, o pós-modernismo
significava a perda da historicidade e o fim da grande narrativa na área
educacional. O currículo, tanto na perspectiva humanista, quanto na tecnicista
e toda tentativa de currículo emancipatório das pedagogias críticas, são
colocados em questão. Surgem perspectivas interpretativas da realidade e entre
elas, os estudos pós-estruturalistas e também, os estudos culturais.
Falando sobre currículo e o pós-estruturalismo, a autora cita
Nietzsche, Freud, Marx, Deleuze, Foucault, Klossowski e koffman, dentre outros,
sendo que todos eles enfatizam o significado da construção ativa, dependente da
pragmática. O sujeito é visto como corporificado e generificado, um ser temporal,
maleável e flexível. Conforme diz a autora, os pensadores pós-estruturalistas
não são coesos, nem articulados em termos de ideias e propostas. O estudo de
currículo dentro dessa perspectiva tem como objetivo o processo de construção e
desenvolvimento de identidades, privilegiando o discurso, questionando as
ideias de razão, progresso e ciência. Surge a proposta da nova abordagem
educacional, denominada de rizomática, a qual é difusa, sem uma direção
definida.
Depois, a autora cita Lins (2005), que afirma que “ os saberes como
sabores não mudam a realidade dos homens”, a pedagogia se desenvolve pela
descoberta.Para ele, a pedagogia rizomática, soa como dissonância, cacofonia,
falta de harmonia. Segundo Apple
(2002), a pedagogia torna-se uma retórica do romantismo das possibilidades.
Para mudar as políticas neoconservadoras, supõe um projeto de meta-narrativa,
que denuncie quão deformada é a educação presente, de um sujeito livre,
autônomo e autocentrado.
Ao falar sobre currículo e estudos
culturais, a autora cita Edward P. Thompson, Richard Hoggart e Raymond Willians,
dentre outros, como estudiosos, que afirmam que as produções de currículo na
vertente estudos culturais, não propõem alternativas curriculares, adotam
noções de alta e baixa cultura.
De acordo com Paraskeva (2006), a
perspectiva de mudança não depende dos sujeitos históricos, dos movimentos
sociais e econômicos, e sim, das associações móveis entre as coisas. Na
perspectiva de Pacheco (2006), a prática curricular favorece a reedição de
currículos tecnicistas ou Taylerianos.
Abordando O Currículo Para Além
dos Pós Estruturalistas e dos
Estudos Culturais a autora afirma que a inquietação com a globalização dos
estudos culturais, muda o eixo da dialética para a filosofia da diferença, para
legitimar os estudos das diferentes culturas. Segundo ela, a diferença torna-se
revolucionária e, os acontecimentos implicam na negação da utopia e, na criação
de um futuro melhor para a humanidade. Numa abordagem de Bernardo (2000), ele
afirma que a divisão hoje em países, deve ser substituída pela divisão em
companhias transnacionais. Ele afirma que para aumentar o poder, os
capitalistas debilitam os explorados. Também afirma que os multiculturalistas
só se interessam pela cultura, não se importando com os imperativos econômicos.
A pluralidade de cultura tem que ser compatível com o prevalecimento de uma
infraestrutura única.
A autora afirma que no seu dia a dia, as escolas estão cada vez mais
submetidas a uma lógica de parâmetros curriculares nacionais e transnacionais,
na busca de um padrão de qualidade. Em suas Considerações finais, a autora afirma que o reconhecimento das
conexões históricas entre concepções de currículo, transformações, economia,
arcabouço ideológico, grupos que detém o poder e a cultura hegemônica, é na
verdade, o primeiro passo para as mudanças de currículo definido.
Quanto à formação humana, assumir que currículo é práxis apesar dessa
complexidade e, não dar os primeiros passos no sentido das mudanças é, na
verdade, abrir mão de traçar novos rumos para a educação.
Como leitor, considero que o texto é complexo, amplo e, que nos leva a
pensar o que é currículo, como foi o currículo que nós tivemos e também, que
tipo de currículo que queremos para os nossos filhos.